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Converted by Falcon Hive


Uma das coisas mais dificeis de ser cristão é ter a constante sensação de estar numa cova de leões. A maior de todas. Essa consciência assustadora de entender o mundo a nossa volta me faz sentir um excluído. O verdadeiro cristão deve saber do que eu estou falando. É como se estivéssemos numa festa abarrotada de gente aparentemente normal, num clima de curtição, mas que nos cantões e corredores rolasse situações onde o termo "profano" seria mais adequado para designar uma ingênua brincadeira de criança. Acontece que nós não queremos estar nessa festa... Preferíamos estar em "casa", no sossego e aconchego do nosso lar.

A difícil arte se ser um excluído me faz refletir sobre a grandiosidade dessa "novela" em que vivemos. É como ser um peregrino num lugar onde, nem mesmo os mais chegados são porto seguro para nossas angústias, muito pelo contrário, eles são os primeiros a nos colocar num lugarzinho reservado da estante deles. E isso não me soa como um elogio.

Acredito que a cruz que carregamos nesses tempos possa não ser mais pesada do que outros já carregaram em épocas distintas, mas certamente é a mais "complexa". A sedução, de uma forma em geral, está a um passo ou clique de distância.

Essa pequena reflexão pode parecer datada para muitos (cristãos), mas é uma realidade que não posso ignorar pois é muito complicado ser apontado como "o estranho". Acho que se faz necessário cada vez mais nos unirmos numa só corrente porque está amanhecendo e a festa está chegando ao seu fim. O lixo vai ficar exposto e os que se acabaram ficaram jogados nos cômodos... Poderemos ajudar alguns que ficaram perdidos no meio do caminho... Outros, por se acharem auto-suficientes, embora embriagados, dispensarão a ajuda. E depois de tanta balbúrdia, enfim poderemos voltar para casa.